Corte e Furo de Concreto
O corte realizado nessas estruturas pode ser feito em substituição à demolição controlada. Ao cortar a parte do concreto determinada pelo projetista, a estrutura remanescente da obra – que não deve ser atingida – será preservada. Também pode-se optar por cortar parte do concreto quando é preciso fazer uma readequação de estrutura ou fundação.
Já o furo do concreto – na maioria das vezes – é necessário para criar a passagem de tubulação por lajes, vigas e pilares, entre outros sistemas prediais. Esse procedimento se torna uma boa alternativa nos casos de obras em que os projetos de tubulação hidráulica e elétrica não estão concluídos na hora de começar a concretagem. “Ao concretar um grande bloco de concreto em uma laje, por exemplo, não é preciso deixar os nichos para a passagem de tubulação”, explica Gilberto Giassetti, consultor da Associação Brasileira das Empresas Locadoras (Alec).
A resistência do concreto nesse caso também é um item que deve ser considerado. “Quanto mais resistente o concreto, mais difícil de perfurar. O desgaste da serra copo é maior e isso deve ser avisado para a contratante”, alerta Rodrigo Carvalho da Mata, engenheiro da FR Incorporadora e professor doutor em Engenharia de Estruturas da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Goiás.
Os serviços de corte e fu
ro de concreto são realizados quando há a necessidade de reparos na obra ou de alguma ampliação. É indicado para locais onde seja necessário preservar a estrutura remanescente e não seja permitido vibrações e emissão de ruídos.
Especificações
Para realizar os cortes existem dois tipos de ferramentas mais empregadas, que são: o disco de diamante e o fio de diamante. No caso do corte, o maior disco de diamante comercializado no Brasil tem 1.500 mm de diâmetro, o que permite fazer um corte no concreto de até aproximadamente 68 cm de profundidade. Se a necessidade da contratada for executar um corte com profundidade maior do que essa, deverá optar pela utilização do fio de diamante. Esse, por sua vez, não tem limitação para alcançar profundidades maiores. Na maioria dos casos, quem escolhe o tipo de ferramenta a ser utilizada é a contratante.
Para a execução dos furos existem equipamentos com motores elétricos, hidráulicos, à combustão e até com motores a ar comprimido (pneumático). “Numa estrutura com alta densidade de ferro, será usado um tipo de coroa. Numa estrutura com menos ferro, será utilizado outro tipo”, exemplifica Giassetti. A contratante deve estabelecer a quantidade de furos, seus diâmetros e profundidades.
Logística
A contratada é responsável por fornecer os equipamentos e mão de obra especializada para execução do serviço. O transporte desses equipamentos também fica sob responsabilidade da mesma. Os equipamentos para realizar corte ou furo de concreto geralmente podem ser: máquina rotativa, cálice/coroa, acessórios extras como mangueira de água que é utilizada para a refrigeração das coroas, detectores de metais, que são utilizados para evitar o corte de barras de aço, cabos elétricos para o funcionamento da máquina, entre outros. A contratante deverá fornecer para a contratada, no canteiro de obras, itens como água, energia elétrica e o local de trabalho deve estar livre e desimpedido. “Os problemas que mais ocorrem é falta de tomada de água, energia e demarcação”, ressalta Giassetti.
É extremamente importante que a contratante demarque corretamente o local onde será executado o serviço. Um erro de demarcação pode resultar num corte em local errado, onde pode acabar até por destruir parte de alguma estrutura que não deveria ser atingida. “É muito importante verificar se o furo ou corte não vai afetar a estabilidade da estrutura”, ressalta Rubens Curti, da ABCP. A montagem e desmontagem de andaimes e escoramentos é responsabilidade da contratante, assim como a limpeza dos resíduos provenientes desse serviço e destinação para local adequado.
Cotações de preços e fornecedores
O orçamento deve ser claro quanto às responsabilidades da contratante e da contratada. O tipo de equipamento que será utilizado na obra também faz parte da formação do preço. “Hoje em dia, o item que mais pesa na formação desse custo, contribuindo com 65% do valor do trabalho, é a mão de obra”, ressalta o consultor da Alec. Nesse serviço a forma de pagamento mais comum é por medição. No caso do furo é cobrado por metro linear de furo e no caso do corte é cobrado por metro quadrado de área de seção de corte. Porém, todas essas determinações devem estar impostas no contrato. “Recentemente, contratamos serviço de corte em bloco de concreto para a instalação de caixas elétricas. Nesse caso, levantamos a quantidade de blocos cortados para essa instalação e a partir disso poderíamos fazer um preço fixo ou por medição”, conta Rodrigo.
Cuidados gerais
A contratada necessita de alguns itens importantes como: ponto de tomada de água, energia elétrica, marcação onde será feito o trabalho e como será a entrada da equipe na obra. “Algumas empresas de grande porte demoram – por conta da burocracia – 15 dias para permitir que o trabalho comece”, explica Giassetti. Essa demora deve-se a algumas possíveis exigências quanto à integração dos funcionários e orientações sobre as normas de segurança. Tudo isso deverá ser citado no orçamento.